quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sou tão complicada. Cheia de detalhes, de assuntos que nao interessam a ninguém! Nem a mim. Às vezes sofro pela inconstância do meu ser... Até quando não terei medida?
Pasmo sempre que descubro outros seres com a mesma inquietação! Sofro por eles, talvez não se adaptem ao hoje nunca... se não tiverem um centro real, provavelmente ficarão loucos! Esse medo da loucura, esse medo, ESSE MEDO se transfigura na própria insanidade! Na verdade, estou sempre a procura de algo que me prenda, nos prenda, que faça o meu cérebro parar! Crianças fazem isso! Elas tem, nos olhos, um tanto capaz de nos amparar e a um só tempo deixar vir a liberdade!

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O retrato mágico, que se move...
Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
(Clarice Lispector)