sábado, 17 de outubro de 2009

Carmen purificationis

Tot ad finem praeliorum
bonus angelus malo mortem intulit
cuius corpus praeceps dedit flumini.

Evaserunt undae rubrae
sanguine perenniter,
mortui sunt et pisces omnes.

Lumen tamen unde veniens
nemo fuit qui diceret
mundo illuminando apparuit,
angelusque vulnus alter persanavit
dimicantis angeli.


(Carlos Drummond de Andrade - tradução: Silva Bélkior)

Um comentário:

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O retrato mágico, que se move...
Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
(Clarice Lispector)