segunda-feira, 6 de julho de 2009

Dois parágrafos de um livro

É o começo de um livro, porém sem revisão e sem tamanho para ser até mesmo isso...sem palavras escritas da forma como querem! Preciso de dez páginas as outras dez ficam por conta de Jéssica Dias, irmã maravilhosa!


Estava cansada das pessoas que a olhavam sempre com cara de pena, não havia motivo, afinal era como os outros. Queria ser tocada, até mesmo como as prostitutas, sentir o frêmito da vida! Sabia viver, sonhava com outros dias e também que o mundo lhe reservara algo raro, bastava esperar o tempo certo...
O sol batia em seu rosto tornando-o mais claro que o habitual, deixando à mostra rugas disfarçadas - na noite anterior - por um pó barato. Nesse instante Alice acordou. Era tarde de domingo. Viu-se refletida no óculos que a filha esquecera sobre o móvel enferrujado. Santo Deus, que cabelo! Que cara... Era preciso mudar, era urgente transformar o próprio jeito de se apresentar, mas Branca arrebentara a porta e o silêncio que suavizava qualquer impressão de Alice.
- Mãe!

(...)

Um comentário:

  1. A arte de escrever revela o dom dos que sabem, por meio das palavras, expressar o sentido oculto no desejo, na alma, no coração. A palavra, nula palavra, ganha vida, movimento e beleza. A beleza que só os humanos sabem entender. Um beijo pra você, bela Thami!

    Midierson

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Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
(Clarice Lispector)