sexta-feira, 29 de maio de 2009

Porém

Minha vida sempre foi exposta. Não porque quisesse... ela foi vivendo fora de mim e eu nem lembrei... permiti! Se tivesse pensado, imagino que não teria mãos suficientes para esconder o riso na cara... continuo tornando possível a estranha brincadeira, essa vontade de ultrapassar os poros!


Deixo para trás as peripécias exibidas da minha existência.
Aliás: gosto da palavra "peripécia", mas...



Acordei sem vontade. O céu escuro deixa tudo mais sombrio. A chuva seria interessante, quiçá!
Pelo menos me prenderia em casa...



Demorei algum bocado de tempo para perceber que há mister correr, que o tempo não existe e que o mundo começa no instante agora... Porém não sei o que fazer com as tais certezas! "(...) não há nada de bom neste mundo que não tenha o seu porém" (Horácio de Almeida). Creio que ele me compreenda, "porém" nunca soube dos meus dias!









No fundo somos como esse homem, "porém" ele é forte e nós nem sempre...

2 comentários:

  1. carregar pedras é sempre mais fácil quando o coração é de carne e alma. um coração de pedra, é, como diria drummond, mais "uma pedra" a pesar e passar no caminho...

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  2. A chuva seria interessante sim. Quando cessa, as folhas exalam um perfume calmante, o sol deixa a timidez de lado e encontramos um pouco de beleza na vida. E... Nunca esconda um sorriso ou contenha o riso, se estes forem de pura alegria. É pecado!

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Quem sou eu

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O retrato mágico, que se move...
Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
(Clarice Lispector)