Tenho escrito aqui quase como quem pula janela a noite - achando não ser notado... Uma pena a escuridão cobrir todas as coisas! Não, não é uma pena... dou risada feito doida.
Caso alguém leia que seja tão tolo para compreender.
Existe o que compreender? Talvez sim, mas ainda não descobri. O universo é exposto, basta olhar - sem analises.
Apenas desenho palavras porque sou livre, segredo de criança.
Mudanças fazem a vida caminhar, inda mais quando rebentam numa pedra antes coberta - DESCONHECIDA!
"Vejo um berço e nele eu me debruçar
Com o pranto a me correr
E assim, chorando, acalentar
O filho que eu quero ter"
(VINICIUS DE MORAES)
segunda-feira, 26 de abril de 2010
sábado, 24 de abril de 2010
Dá-me a tua mão
Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.
(Poema de Clarice Lispector arranjado pelo Padre Antonio Damázio)
Um dia cantarei... apenas posso, agora, sonhar!
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.
(Poema de Clarice Lispector arranjado pelo Padre Antonio Damázio)
Um dia cantarei... apenas posso, agora, sonhar!
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Quem sou eu
Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
(Clarice Lispector)
(Clarice Lispector)